Um dia de esperança
Patrícia K. Loeser Marcon
Administradora de Empresas
@pkloeser
Mesmo após tantos dias da Manifestação em prol da liberdade ter ocorrido no dia 25 de fevereiro na Paulista, eu não podia deixar de vir aqui e expressar um pouco dos sentimentos que tive ao participar deste momento. Acho que até entendo minha demora, pois precisava processar todos os sentimentos que vivi naquele dia dentro de mim antes de vir falar sobre.
Nunca havia participado de um evento dessa magnitude: A Avenida Paulista já chama atenção por seu tamanho normalmente, com a imponência de seus prédios comerciais e muitas pessoas apressadas indo de encontro a seus compromissos, bem no estilo paulistano de ser. Trabalhadores, focados em sua vida e em crescer profissionalmente, correndo rumo ao progresso. Confesso que gosto muito de observar essas pessoas, que não ficam dando desculpas e correm rumo aos seus sonhos.
Mas ao perceber que na noite anterior a cidade já se organizava para fechamento de ruas me trouxe a sensação de organização e preocupação com o evento. Ao caminhar pelas redondezas para irmos jantar, era considerável o número de pessoas vestindo camisetas verde amarelas, nos bares, restaurantes… Já era um prenúncio do que viria no dia seguinte.
Nosso hotel ficava bem próximo, e pela manhã já conseguimos ouvir a movimentação nos arredores. Confesso que eu estava temerosa pelo que viria, pois com tanta gente aglomerada no mesmo local sempre pode ocorrer contratempos e a tensão por existirem possíveis infiltrados no meio de pessoas que estavam ali apenas para se manifestar pacificamente me assustava.
Mas a cada passo dado em direção à Paulista esse meu medo foi ficando pra trás. Idosos, crianças, mães com seus bebês de colo…. Famílias inteiras sorriam debaixo do sol quente que embelezava mais ainda esse dia. O carinho que recebemos dessas pessoas… Foi surreal. Algumas que amanheceram ali para estar mais próximo, saindo de todo lado do país, horas e horas de ônibus e mesmo assim exalavam uma alegria contagiante. Nunca vou esquecer. É por esses brasileiros que o Mauricio está aqui, é por eles que a gente não desiste mesmo muitas vezes não vendo uma luz no final do túnel.
Um parênteses: no dia que você se sentir desanimado, seja pela política ou outro motivo qualquer, peço que escute o discurso da Michele Bolsonaro: Foi uma linda pregação que me levou lágrimas aos olhos e me fez ver o quanto esse propósito que cumprimos pode ser cruel e difícil. Mas é recompensador.
Como pode alguns julgarem essas pessoas de golpistas e fascistas? Uma caminhada por ali já mostra que são brasileiros, ponto. Pessoas de todas as etnias, idades, religiões… Bem miscigenado como nosso lindo país sabe ser. Pacíficos. Ordeiros. Preocupados com os que sucumbiam ao calor… O que mais ouvi foi o narrador do evento dando salves a Jesus Cristo e orações que deixaram meu coração esperançoso. Pessoas simples, brasileiros trabalhadores que se esforçaram em deixar seus lares para ser um par de olhos a mais ali para mostrar a força de um Brasil que muitas vezes se calou, que estava preocupado trabalhando, construindo, que achava que em política não se mexia, mas que hoje acordou e não irá mais dormir.
Confesso que voltei pra casa sentindo uma certa vergonha até dos momentos de desânimo. Não temos opção. Um mar de pessoas acredita em nós, e vê como última esperança um Congresso que muitas vezes não consegue grandes avanços, mas com certeza tem barrado muitos retrocessos. Esse Brasil merece ser representado, merece que lutemos, os filhos desse Brasil merecem que não se desista. Mas lembrem sempre: A força verdadeira da direita está nesses brasileiros “comuns” que muitas vezes acham que não podem fazer nada, mas em um domingo que era para ser qualquer mostraram a força que vem de pessoas que acreditam na mesma causa. Que a gente sempre lembre disso: O que politico ruim mais teme é povo unido. Sejamos essa pedra no calçado dos que querem dominar nosso país e transformá-lo em um lugar sem voz. Contamos com vocês.