Nem para morrer está fácil
Patrícia K. Loeser Marcon
Administradora de Empresas
@pkloeser
Na semana que passou tivemos na cidade de Caxias do Sul uma Audiência Pública para debater o assunto do monopólio funerário na cidade. Para quem não vive em Caxias parece ser meio surreal que em pleno século XXI ainda existam cidades que vivem sob o domínio de serviços prestados sem concorrência.
Hoje sabemos o quanto a concorrência é benéfica para a qualidade dos serviços. Todos já tivemos alguma experiência na vida onde não gostamos do serviço prestado por alguma empresa e acabamos escolhendo outra na próxima vez que formos utilizar. Já pensou se só existisse um supermercado em sua cidade? Uma farmácia? A desculpa muitas vezes usada pela Prefeitura da cidade de que o serviço iria piorar não faz sentido algum. Afinal, hoje se você não gostar do serviço prestado não tem a quem recorrer. Fora que sem comparação de preços, o prestador pode decidir a bel prazer quanto irá cobrar - e o pior - na hora mais difícil, onde as pessoas se encontram fragilizadas e se sentem constrangidas a não pedir desconto, afinal, como você vai achar caro enterrar alguém que você ama? O significado simbólico desse momento não tem preço, sim, mas o prático deve levar em conta a realidade das pessoas.
Como cidadão caxiense e que paga impostos, realmente espero que em breve essa vergonha termine. Uma cidade do tamanho e importância de Caxias do Sul merece mais. E não ficar presa em um passado tirânico.
Essa questão já advém de muitos e muitos anos de um protecionismo que não encontra justificativa em uma sociedade moderna e livre. Alguém sempre ganha em situações assim. Infelizmente nunca é a população.