Diário de uma Assessora
Data de publicação: 29 de março de 2024

CRISTO CRUCIFICADO, DOCE COMPANHIA!

Luana Serena Zielinievicz

Assessora de Relacionamento e Redes Sociais


A Sexta-feira Santa é um dia no qual a Igreja Católica nos ensina a estarmos unidos ao mistério da Paixão de Jesus Cristo, através do ato de fé. Podemos perceber, pela liturgia celebrada nesse dia, toda a sua estrutura que representa o próprio Cristo entregue por nós em corpo e alma. Durante o ritual, não ocorre a consagração. Mas o que a Igreja quer nos ensinar com tudo isso? Que podemos, de qualquer modo, estarmos unidos à Paixão nesse dia. A celebração da Eucaristia é o mais belo e sublime momento, assim como a oração mais íntima que vem do coração, mesmo que seja na simplicidade do seu quarto. Jesus nos convida a fazer companhia a Ele neste dia. Todos somos convidados a ter esse encontro pessoal com o Cristo crucificado.


O Cristo, que há séculos atrás estava no madeiro, entregando seu corpo e sangue por nós, hoje deseja ter este encontro contigo.


De todas as experiências vividas com Jesus, é impossível não nos recordarmos da passagem dos Discípulos de Emaús: “Não se nos abrasava o coração, quando Ele nos falava pelo caminho?” (Lc 24, 32). Uma vez em contato com Cristo, impossível sermos os mesmos. E Cristo nessa Paixão nos convida a vivermos essa intimidade com Ele, onde é necessário estarmos unidos com Ele na Cruz, é que somos merecedores em estarmos com Ele na ressurreição.


É essencial meditarmos na Cruz, passando junto com Ele em cada etapa no caminho do calvário, em cada queda, em cada prego que perfura seus doces pés e mãos e em cada gota de sangue que escorre sobre seu sacratíssimo corpo. Precisamos passar pela morte para merecermos a vida. Hoje, aprendemos a enfrentar a morte espiritual, um dia passaremos pela morte física. Mas afinal de contas, a morte deve ser meditada todos os dias? Porque afinal, como é possível colocar vinho novo em odres velhos? É necessário que sejamos odres novos, para que o vinho seja novo e se conserve. É necessário que nesta paixão, sejamos pregados na Cruz junto com Jesus, que agonizemos e que morremos junto com Ele, fazendo-o companhia. Para que ao terceiro dia, possamos ressuscitar junto a Ele.


Viver a Sexta-Feira da Paixão não significa apenas abster-se de carne vermelha, frequentar a igreja e realizar ritos e tradições. O que Cristo nos exorta é viver verdadeiramente ao lado Dele, de pé, até o fim. Como uma esposa que se une ao Esposo em um doce e íntimo colóquio, onde podemos consolar o Cristo que sofre com o pouco de amor que somos capazes de dar. Que hoje, tanto nas leituras e na oração, como na adoração e na comunhão, Ele nos encontre. E que possamos encontrá-lo e fazer-lhe companhia — Dulce lignum, doce clavos, doces cravos e madeiro, que doce peso sustendes!