Encontro com a Pati
Data de publicação: 02 de setembro de 2023

Como é a minha vida sendo esposa de um Deputado Federal (brigão kkk)

Patrícia K. Loeser Marcon

Administradora de Empresas

@pkloeser



Às vezes ser esposa de um deputado pode ser muito agradável, pois temos oportunidade de conhecer muitos lugares, pessoas, ter experiências, andar de avião o tempo todo (o que eu amo, mas confesso que ainda treme um pouco a perna kkk)


Mas as pessoas me perguntam muito “Como tu aguenta?” “Tu não tem medo?” Tenho medo, lógico. Pois o Mauricio não é um deputado qualquer. Ele é um deputado “bomba”. Posicionado, brigão, adora mexer onde não é bem vindo, e de oposição. Ou seja, a história é outra… 


Hoje penso em quantas pessoas têm vidas muito, mas muito mais difíceis. Acordar de madrugada pra pegar um metrô lotado, bater uma laje, ser responsável por salvar alguém em um hospital, enfim, poderia ficar horas aqui falando de profissões e vidas muito mais difíceis que a de um deputado. Mas confesso que nem sempre foi assim, e que às vezes até eu me surpreendo do quanto fui evoluindo essa visão até aqui.


É verdade aquela máxima que as dificuldades vão te fazendo mais forte, pois lá no início da vereança, qualquer comentário já me abalava. Lembro que um dos episódios que mais me doeu foi quando uma vereadora chamou ele de “machist@, racist@ e homofóbic0”. Ver uma das pessoas que tu mais ama no mundo, sendo julgada, chamada de inúmeras coisas, acaba colocando em cheque até a minha postura como mulher.


Eu jamais me relacionaria, muito menos casaria com um homem de má índole, ou tantas outras coisas que ele já foi chamado… E percebi que isso doía em mim de duas formas: como mulher, por colocarem em cheque essa minha escolha, e como esposa dele. Confesso que não foi fácil…


Era uma mulher extremamente sensível e nunca fui acostumada a viver no meio do “ódio” que é destinado a nós a todo momento. Na evolução desse ódio, começaram os ataques diretamente a mim, pois sim, o mal sempre fica procurando a brecha. E a brecha era eu, em minha sensibilidade. Isso acontecia em doses mais leves, mas quando viemos a Brasília e uma fala dele sobre a zeladoria de Salvador foi completamente mal interpretada, grupos de ódio (sim! Eles existem!) descobriram meu WhatsApp.


Pronto. Acordei com mais de quinhentas mensagens (literalmente tá?) me chamando de tudo, não só na parte da inteligência e caráter: “burra”, “preconceituosa” mas principalmente em “feia, por dentro e por fora” “nojenta” “nariz horrível”“cabelo ralo” e por aí vai… Além de ameaças mais diretas pedindo se eu já havia provado tal tipo de homem pra saber o que é bom… 


Enfim, ali eu vi que precisava não me apegar nisso, se não ia enlouquecer e adoecer. O Mauricio é um mestre na arte de não se importar com ataques e opinião alheia. E naquele momento eu percebi que precisava fortalecer meu interior pra não me abalar também. 


Foi (e continua sendo) um caminho complexo, mas hoje vejo que era algo que precisava desenvolver. Ver o mundo cor-de-rosa, nem sempre é viável…. Eu precisava formar uma “casca” maior pra poder enfrentar os desafios que viriam. E precisava ver essa minha sensibilidade como uma força, e usá-la a meu favor.


Ainda há momentos que eu fraquejo, mas cada dia mais me percebo colocando nossas vidas nas mãos de Deus, e isso traz um alívio tão grande…. Pois a “carga” não é mais minha. É “Dele”. E ele sabe como aliviar nosso coração como ninguém. Nossa missão (e casamento) é vivida a três. Deus como nossa base, o Mauricio como o estômago, e eu, o coração. Somente assim a gente consegue seguir firme no propósito, e não perder a fé de que dias melhores virão.